Interface-actante: aplicativos agregadores para dispositivos móveis e a tradução da notícia

Ivan Satuf

Resumo


Apoiado em recentes pesquisas que exploram a prática jornalística a partir da Teoria Ator-Rede, este artigo combate noções essencialistas sobre o jornalismo e defende a concepção de “redes impuras” derivadas da associação de humanos e não-humanos. Em seguida, a investigação se concentra nos aplicativos agregadores de notícias em dispositivos móveis para caracterizá-los como interfaces-actantes que medeiam novas associações híbridas no interior do jornalismo. Por fim, a análise do aplicativo Flipboard demonstra como as interfaces-actantes afastam a notícia de sua presumida essência informativa e a transformam em referencial simbólico de interação, dinâmica que explicita a “tradução” nos termos da Teoria Ator-Rede.

Palavras-chave


Notícia, Teoria Ator-Rede, Jornalismo, Agregadores, Dispositivos móveis

Texto completo:

PDF

Referências


ALARCÃO, Jorge de. A dimensão antropológica da arqueologia. In: ALARCÃO, Jorge de. A escrita do tempo e a sua verdade: ensaios de epistemologia da Arqueologia. Coimbra: Quarteto, 2000. p.13-25.

ANANNY, Mike. Press-public collaboration as infrastructure: tracing news organizations and programming publics in application programming interfaces. American Behavioral Scientist, v. 57, n. 5, p. 623–642, dez. 2012. doi:10.1177/0002764212469363

ANANNY, Mike; CRAWFORD, Kate. A Liminal Press. Digital Journalism, p. 1–17, 6 jun. 2014. doi:10.1080/21670811.2014.922322

ANDERSON, C. W. Towards a sociology of computational and algorithmic journalism. New Media & Society, 15(7), dez. 2012. doi:10.1177/1461444812465137

BRIGGS, Asa; BURKE, Peter. Uma história social da mídia: de Gutenberg à Internet. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.

BRUNO, Fernanda. Rastros digitais sob a perspectiva da teoria ator-rede. Revista FAMECOS, v. 19, n. 3, p. 681–704, 2012.

CASTELLET, Andre; FEIJÓO, Claudio. Los acoteres en el ecosistema móvil. In: AGUADO, Juan Miguel; FEIJÓO, Claudio; MARTÍNEZ, Inmaculada J. (Coords.). La comunicacíon móvil: hacia un nuevo ecosistema móvil. Barcelona: Gedisa, 2013. p. 27-56.

CLERWALL, Christer. Enter the robot journalism: user's perceptions of automated content. Journalism Practice, vol. 8, n. 5, p. 519-531, 2014.

COULDRY, Nick. Actor network theory and media: do they connect and on what terms?. In: HEPP, Andres; KROTZ, Friedrich; MOORES, Shoun; WINTER, Carten (Eds.). Connectivity, networks and flows: conceptualizing contemporary communications. Cresskill: Hampton Press, 2008. p. 93-110.

CRAWFORD, Cassandra S. Actor Network Theory. In: RITZER, George (Ed.). Enclyclopedia of social theory - Volume 1. Thousand Oaks: Sage, 2005. p. 1-3.

ECO, Umberto. Apocalípticos e integrados. Editorial Lumen, 1984.

HOLANDA, André. Traduzindo o jornalismo para tablets com a Teoria Ator-Rede. 308 folhas. 2014. (Tese doutoral). Faculdade de Comunicação Social. Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, 2014.

HOLANDA, André; LEMOS, André. Do paradigma ao cosmograma: sete Contribuições da Teoria Ator-Rede para a pesquisa em comunicação. In: Anais do XXII Encontro Anual da Compós, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2013. Disponível em Acesso em 10 set. 2014.

LATOUR, Bruno. Reassembling the social: an introduction to Actor-Network-Theory. Oxford: Oxford University Press, 2005.

LATOUR, Bruno. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. São Paulo: Editora UNESP, 2000.

LATOUR, Bruno. Aramis or the love of technology. Cambridge: Harvard University Press, 1996.

LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos: ensaios de antropologia simétrica. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1994a.

LATOUR, Bruno. On technical mediation - Philosophy, Sociology, Genealogy. Common Knowledge, v. 3, n. 2, p. 29–64, 1994b.

LEWIS, Seth C.; WESTLUND, Oscar. Actors, actants, audiences, and activities in cross-media news work. Digital Journalism, p. 1–19, 16 jul. 2014. doi:10.1080/21670811.2014.927986

MANOVICH, Lev. Software takes command. New York: Bloomsbury, 2013.

MARTIN, Bronwen; RINGHAM, Felizitas. Dictionary of Semiotics. London: Cassel, 2000.

PARASIE, Sylvain; DAGIRAL, Eric. Data-driven journalism and the public good: “computer-assisted-reporters” and “programmer-journalists” in Chicago. New Media & Society, v. 15, n. 6, p. 853–871, 18 nov. 2012. doi:10.1177/1461444812463345

PRIMO, Alex. Transformações no jornalismo em rede: sobre pessoas comuns, jornalistas e organizações; blogs, Twitter, Facebook e Flipboard. Intexto, v. 2, n. 25, p. 130–146, dez. 2011.

PRIMO, Alex; ZAGO, Gabriela. Who And What Do Journalism?. Digital Journalism, p. 1–15, 27 jun. 2014. doi:10.1080/21670811.2014.927987

SAAD CORRÊA, Elizabeth; BERTOCCHI, Daniela. O papel do comunicador num cenário de curadoria algorítmica de informação. In: SAAD CORRÊA, Elizabeth (Org.). Curadoria digital e o campo da comunicação. São Paulo: ECA/USP. p. 22-39.

SCOLARI, Carlos. Hacer clic: hacia una sociosemiótica de las interacciones digitales. Barcelona: Gedisa, 2004.

TRAQUINA, Nelson. Teorias do jornalismo Volume II. A tribo jornalística – uma comunidade interpretativa transnacional. Florianópolis: Insular, 2005.

TURNER, Fred Actor-Networking the News. Social Epistemology, v. 19, n. 4, p. 321–324, out. 2005.

VENTURINI, Tommaso. Building on faults: how to represent controversies with digital methods. Public Understanding of Science, vol. 21(7), p. 796-812, 2012.

VU, Hong Tien The online audience as gatekeeper: the influence of reader metrics on news editorial selection. Journalism, vol. 15(8) p. 1094–1110, out. 2013.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.