O gesto e o rosto como possibilidades de reflexão a outras concepções de direitos humanos

Heriel Adriano Barbosa Luz, Andrea Cristina Coelho Scisleski

Resumo


Resumo: No presente artigo pretende-se confrontar a posição filosófico-política daquela concepção de Direitos Fundamentais, que aglutina os termos ‘direitos’ e ‘humanos’, e (con)forma um conceito mítico-generalista, balizador de muitas vertentes de estudos nesse campo. Sob a trama discursiva da promoção da inclusão de todos pela ‘igualdade na diferença’, esta junção exclui desavisadamente o diferente. Guy Debord já apontava desde sua análise em A Sociedade do Espetáculo, crítica à fusão da burocracia socialista com o capitalismo democrático, que as diferenças se esvaziam nessa sociedade onde o fetichismo da mercadoria impôs relações sociais, culturais e intersubjetivas imediatizadas. A espetacularização da vida – expressão debordiana – é um processo gerador de dobras de subjetividades, passíveis de deformações e de produção de dessubjetividades. Quando pensado numa perspectiva dialética esse fenômeno expõe a impossibilidade de uma mediação nas relações sociais, vez porque o fetichismo, como o da mercadoria, elide ‘eu-outro’, tornando-os ‘mesmo’ e tal fenômeno faz desaparecer, conforme as propostas formuladas por Giorgio Agamben, o Rosto e o Gesto. Daí a necessidade de resgatá-los para pensar novas possibilidades de Direitos Humanos, em que a potência engendrada no gesto e no rosto do outro rasgue a tessitura social do comum, do mesmo e da elipse ontológica que impõe a outrem a igualdade a partir de minha imanência, obstruindo a alteridade. Deslocando a ontologia como filosofia primeira, procurou-se abordar a ética como uma anterioridade radical, articulando para esse fim algumas proposições de Giorgio Agamben, Emmanuel Lévinas e Guy Debord, e dirigindo-as à seguinte problematização: é possível na contemporaneidade pensarmos uma ética da alteridade para os Direitos Humanos?

Palavras-chave: Gesto e Rosto. Giorgio Agamben. Ética levinasiana.

 

Resumen: En el presente artículo se pretende confrontar la posición filosófico-política de aquellas concepciones de Derechos Fundamentales, que aglutina los términos ‘derechos’ y ‘humanos’, y (con)forma un concepto mítico-generalista, que ha balizado muchas vertientes de estudios en ese campo. Bajo el velo discursivo de la promoción de la inclusión de todos por la ‘igualdad en la diferencia’, esta junción excluye descuidadamente el diferente. Guy Debord ya apuntaba, desde su análisis en La Sociedad del Espectáculo, crítica a la fusión de la burocracia socialista con el capitalismo democrático, que las diferencias se agotan en esa sociedad, donde el fetichismo de la mercancía impuso relaciones sociales, culturales e intersubjetivas inmediatizadas. La espectacularización de la vida – para usar la expresión debordiana – es un proceso generador de pliegues de subjetividades, pasibles de deformaciones y de producción de desubjetividades. Cuando pensado en una perspectiva dialéctica ese fenómeno expone la imposibilidad de una mediación en las relaciones sociales, una vez que el fetichismo, como el de la mercancía, elide ‘yo-otro’, tornándolos ‘mismo’ y tal fenómeno hace desaparecer, conforme las propuestas formuladas por Giorgio Agamben, el Rostro y el Gesto. De allí la necesidad de rescatarlos para que pensemos nuevas posibilidades de Derechos Humanos, en que la potencia engendrada en el gesto y en el rostro del otro rasgue la tesitura social del común, del mismo y de la elipsis ontológica que impone a los demás la igualdad desde mi inmanencia, obstruyendo a alteridade. Desplazando la ontología como filosofía primera, se buscó abordar la ética como una anterioridad radical, articulando algunas proposiciones de Giorgio Agamben, Emmanuel Lévinas y Guy Debord, y dirigiéndolas a la siguiente problematización: ¿es posible en la contemporaneidade pensar una ética de la alteridad para los Derechos Humanos?

 

Palabras clave: Gesto y rosto. Giorgio Agamben. Ética levinasiana.

 

Abstract: In this article intended to confront the politic-philosophical position that conception of Fundamental Rights, that brings together the terms ‘humans’ and ‘rights’, and (con)form a mythical-general concept beacon of many studies in this field. Under the discursive frame of promoting the inclusion of all as ‘equality in difference’, this junction carelessly excludes the different. Guy Debord pointed in the his analysis in The Society of the Spectacle, criticism of the merger of socialist bureaucracy with democratic capitalism, that the differences are depleted in this society where commodity fetishism imposed social, cultural and unmediated intersubjective. The spectacle of life – debordian’s expression – is a generative process of subjectivities folds, subject to deformation and desubjectivities production. When think of a dialectical perspective this phenomenon exposes the impossibility of mediation in social relations, rather because fetishism, such as merchandise, coalesces ‘self-other’, making it the ‘same’ and this phenomenon is disappearing as the proposals made Giorgio Agamben, the Face and Gesture. Hence the need to rescue them to think about new possibilities for Human Rights, in the potency engendered in gesture and face the other tear the social tessitura of a common, the same and ontological ellipse that imposes another the equality from my immanence obstructing otherness. Shifting the ontology as first philosophy, sought to approach ethics as a radical anteriority linking to this end some propositions of Giorgio Agamben, Emmanuel Lévinas and Guy Debord, and directing them to the following questioning: Can nowadays think an ethic of otherness for Human Rights?

Keywords: Gesture and Face. Giorgio Agamben. Levinasian ethics.


Texto completo:

PDF


Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos
Av. Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 14-01 • Sala 69 • Vargem Limpa
CEP 17.033-360 • Bauru/SP • Telefone: (14) 3103-6064 • E-mail: oedhunespbauru@gmail.com