Opressão e alienação no discurso colonialista: a experiência do negro como identidade inferiorizada

Fernanda Müeller Corrêa

Resumo


Resumo: Nossa identidade é construída de forma dialógica, em diálogo com o outro, por meio do reconhecimento. Assim, o não reconhecimento ou o reconhecimento errôneo acabam traduzindo-se em opressão, o que foi e é utilizado como arma para dominar os inferiorizados e manter os privilégios dos concebidos como superiores pelo discurso hegemônico, fruto do iluminismo e legitimado por filósofos clássicos, em cujas ideias está inserida a noção de superioridade do homem branco europeu. Este não reconhecimento ou reconhecimento errôneo provocam danos psicológicos nos inferiorizados, convencendo-os de sua inferioridade por meio do discurso colonialista, resultando na sua alienação. Dessa forma, surge a necessidade do reconhecimento, de acordo com Charles Taylor, e da reestruturação do mundo, conforme nos alerta Franz Fanon. Portanto, num primeiro momento, faz-se uma abordagem do discurso que constitui o humano, centrado na noção de racionalidade, conectando-se com a ideia de raça, que leva a classificação e hierarquização dos humanos. Logo, num segundo momento, estudam-se os danos provocados às identidades não reconhecidas ou falsamente reconhecidas, principalmente a negra, o que se traduz no chamado “complexo de inferioridade”, gerando a necessidade de seu reconhecimento como forma de combate ao preconceito e à violação de direitos humanos. 

Palavras-chave: Reconhecimento. Charles Taylor. Walter Mignolo. Franz Fanon. 

Abstract: Nuestra identidad es construida de forma dialógica, en diálogo con el otro, por medio del reconocimiento. Así, el no reconocimiento o el reconocimiento erróneo acaban traduciéndose en opresión, lo que fue utilizado como arma para dominar los inferiorizados y mantener los privilegios de los concebidos como superiores por el discurso hegemónico, fruto del iluminismo y legitimado por filósofos clásicos, en cuyas ideas está inserida la noción de superioridad del hombre blanco europeo. Este no reconocimiento o reconocimiento erróneo provocan daños psicológicos en los inferiorizados, convencendolos de su inferioridad por medio del discurso colonial, resultando en su alienación. Por eso la necesidad del reconocimiento de que habla Charles Taylor e de la reestructuración del mundo conforme nos alerta Franz Fanon. Por lo tanto, en un primero momento se hace un enfoque del discurso que constituye el humano, centrado en la noción de racionalidad, conectándose con la idea de raza, que lleva a la clasificación y a la hierarquización de los humanos. Luego, en un segundo momento, estudiase los daños provocados a las identidades no reconocidas o falsamente reconocidas, principalmente la negra, lo que se traduce en el llamado “complejo de inferioridad”, generando la necesidad de su reconocimiento como forma de combate al prejuicio y a la violación de derechos humanos 

Key words: Reconocimiento. Charles Taylor. Walter Mignolo. Franz Fanon 

Resumen: Our identity is constructed in a dialogical way, in dialogue with the other, through recognition. Thus, non-recognition and erroneous recognition translate into oppression, which was and is used as a weapon to dominate the inferiorized people and to keep the privileges of the ones conceived as superior by the hegemonic discourse, a result of the Enlightenment and legitimated by classic philosophers, in whose ideas the notion of superiority of the white European man is inserted. Non-recognition or erroneous recognition cause psychological damage to those who are inferiorized, convincing them of their supposed inferiority through the colonial discourse, which results in their alienation. Hence the need of recognition that Charles Taylor speaks about and the restructuring of the world as Franz Fanon warm us. Therefore, in a first moment, this paper makes an approach to the discourse that constitutes the human being, focused on the notion of rationality, connecting with the idea of race, which leads to the classification and hierarquization of humans. Next, in a second moment, it studies the damages caused to the identity that was either not recognized or falsely recognized, mainly the black identity, translated in the so-called “inferiority complex”, causing the need of their recognition as a way to combat prejudice and human rights violations. 

Palabras clave: Recognition. Charles Taylor. Walter Mignolo. Franz Fanon. 


Texto completo:

PDF


Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos
Av. Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 14-01 • Sala 69 • Vargem Limpa
CEP 17.033-360 • Bauru/SP • Telefone: (14) 3103-6064 • E-mail: oedhunespbauru@gmail.com