Crianças desacompanhadas na América Latina: reflexões iniciais sobre a situação na América Central

Patrícia Nabuco Martuscelli

Resumo


Resumo: Há uma tendência ao aumento no número de crianças que migram sozinhas tanto de maneira forçada como voluntária. Esse fenômeno é ainda pouco estudado porque a criança tende a ser considerada como um apêndice de seus familiares durante o processo migratório, não sendo reconhecida sua possibilidade de agência. Dessa forma, esse artigo, utilizando como referenciais teóricos o estudo das crianças nas Relações Internacionais e o conceito de ambivalência de Jacqueline Bhabha (2014), discute a ideia da criança migrante em uma perspectiva crítica e apresenta alguns dados sobre a migração de menores desacompanhados da América Central e México para os Estados Unidos da América. Conclui-se que as crianças devem ser entendidas como agentes de seu projeto migratório que possuem direitos que devem ser respeitados e protegidos independentemente de seu status migratório. Apenas essa perspectiva de entender a criança migrante como sujeito de direitos garantirá que as crianças latino-americanas sejam protegidas durante seu percurso migratório rumo ao Norte. 

Palavras-chave: Menores desacompanhados. América Central. México. Estados Unidos da América. Crianças migrantes. 

Resumen: Hay una tendencia a aumentar el número de niños que migran solos de manera forzada y voluntaria. Este fenómeno ha sido poco estudiado debido a que el niño tiende a ser considerado como un apéndice de sus familias durante el proceso de migración, no se reconoce su capacidad de agencia. Por lo tanto, este artículo usando como referencia teórica estudios de los niños en las relaciones internacionales y el concepto de ambivalencia de Jacqueline Bhabha (2014), discute la idea de niño migrante en una perspectiva crítica y presenta algunos datos sobre la migración de menores no acompañado de Centroamérica y México a los Estados Unidos. La conclusión es que los niños deben ser vistos como agentes de su proyecto migratorio y tienen derechos que deben ser respetados y protegidos, independientemente de su situación migratoria. Sólo esta perspectiva del niño migrante como sujeto de derechos asegurará que los niños de América Latina están protegidos durante su viaje migratorio hacia el norte. 

Palabras clave: Menores no acompañados. América Central. México. Estados Unidos de América. Niños migrantes. 

 

Abstract: There is a growing number of children migrating alone both for forced and voluntary reasons. This phenomenon has been little studied because children tend to be understood as appendixes to their families during the migration process, their capacity of agency is not recognized. Thus, this article using as theoretical framework studies on children in international relations and the concept of ambivalence by Jacqueline Bhabha (2014), discusses the idea of migrant child in a critical perspective and it presents some data on the migration of unaccompanied minors from Central America and Mexico to the United States of America. It concludes that children should be seen as agents of their migratory projects and that they have rights that must be respected and protected regardless of their migratory status. Only this perspective that understands migrant children as subjects of rights will ensure that Latin American children are protected during their migratory journey towards the north. 

Keywords: Unaccompanied minors. Central America. Mexico. USA. Migrant children. 


Texto completo:

PDF


Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos
Av. Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 14-01 • Sala 69 • Vargem Limpa
CEP 17.033-360 • Bauru/SP • Telefone: (14) 3103-6064 • E-mail: oedhunespbauru@gmail.com