Fotografia e memória: instrumentos de documentação e criação

Amanda Savioli Marques Tavares

Resumo


Este artigo tem como objetivo propor reflexões sobre a dicotomia documentação-criação intrínseca à fotografia através de uma revisão bibliográfica. São discutidos os processos de concepção, produção e recepção das fotografias, bem como seus contextos históricos e populares. Pretende-se também explorar a relação da fotografia com a memória e apontar suas semelhanças sob os vieses da fragmentação física e temporal, da representação simbólica, e das propriedades de referência e de mutabilidade. São estabelecidos paralelos entre os dois conceitos enquanto mediadores de representações de mundo e construtores de significados pessoais e coletivos.


Palavras-chave


fotografia, memória, representação simbólica, imaginário, documentação

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Referências


"um signo, ou representação, que se refere a seu objeto não tanto em virtude de uma similaridade ou analogia qualquer com ele, nem pelo fato de estar associado a caracteres gerais que esse objeto acontece ter, mas sim por estar numa conexão dinâmica (espacial inclusive) tanto com o objeto individual, por um lado, quanto, por outro lado, com os sentidos ou a memória da pessoa a quem serve de signo" (PIERCE, 1997, p. 74).

“o homem, o tema e a técnica específica (esta, por mais avançada que seja) são em essência os componentes fundamentais de todos os processos destinados à produção de imagens de qualquer espécie” (KOSSOY, 2002, p. 36).

“colecionar fotografias é colecionar o mundo” (SONTAG, 1981, p. 3).

“o importante é que a foto possui uma força constativa, e que o constativo da Fotografia incide não sobre o objeto, mas sobre o tempo” (BARTHES, 1984, p. 132).

“Em si, a fotografia não é um documento (aliás, como qualquer outra imagem), mas somente está provida de um valor documental, variável segundo as circunstâncias” (ROUILLÉ, 2009, p. 19).

“sempre haverá [algo] invisível na imagem. Sempre haverá uma espécie de latência no positivo mais afirmado, a virtualidade de algo que foi perdido (ou transformado) no percurso. Nesse sentido, a foto será sempre assombrada” (DUBOIS, 1994, p. 326).


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