Poder, memória e repressão: a Igreja Presbiteriana do Brasil no período da ditadura militar (1966-1978)
Resumo
Na Igreja Presbiteriana do Brasil a defesa da liberdade, ideal liberal, tão apregoada e requerida, principalmente no que se refere à liberdade de crença e culto, cedeu lugar a um dogmatismo que aboliu qualquer tolerância para com aquele que ousasse uma interpretação teológica diferente da oficialmente estabelecida ou um comportamento moral divergente daquele aceito como aprovado por esta igreja. Este autoritarismo que se instaurou na Igreja Presbiteriana do Brasil, no período da Ditadura Militar culminou com a exclusão daquele que pensava diferente da liderança então no poder da Igreja: perseguições, delações, denúncias, punições, cassações, excomunhões, dissolvimentos de presbitérios, fechamento de templos, dentre outras práticas punitivas, ocuparam o cenário religioso e político desta igreja. As trocas, então, entre o campo religioso e o político fizeram com que houvesse uma legitimação do autoritarismo político por setores e lideranças da Igreja Presbiteriana do Brasil ao mesmo tempo em que o comportamento religioso encontrado nesta Igreja contribuía para a manutenção da ordem no autoritarismo militar. É esta relação, portanto, que fez com que setores e lideranças desta igreja vissem o Golpe Militar como uma “salvação” para o país contra o iminente e ameaçador inimigo, o comunismo.
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PDFRevista Interdisciplinar de Direitos Humanos
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