Desafios dos direitos humanos no sistema-mundo capitalista

Rosângela de Lima Vieira

Resumo


Resumo: Trata-se aqui de uma proposta de análise da conjuntura histórica da criação da ONU e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, utilizando o referencial da Economia Política dos Sistemas-Mundo, sobretudo as contribuições de Giovanni Arrighi e Immanuel Wallerstein. Essa abordagem, ao buscar um exame mais global do fenômeno histórico, alcança as relações e interrelações mais complexas, expondo, por exemplo, como ambas as concepções atenderam aos interesses da hegemonia estadunidense que foram os administradores daquele processo. O caos, pós Segunda Guerra Mundial, criou condições para que os EUA coordenassem a reformulação do sistema interestatal, uma vez que conseguiram – pelo desgaste político europeu em geral e britânico em particular – se colocar como se seus interesses próprios representassem o interesse mundial. Desde então a ideia de democracia estadunidense e a Declaração Universal dos Direitos Humanos passaram a ser argumentos para intervenções. A institucionalização da ONU e da DUDH gerou uma restrição dos direitos e poderes de as nações organizarem soberanamente relações com outros Estados e com seus próprios cidadãos. Organizações como o FMI e o Banco Mundial, também criadas nessa conjuntura, foram outros instrumentos a serviço da hegemonia dos EUA. A partir da consciência mais profunda deste quadro histórico, surgiram teorias críticas, buscando superar a visão eurocêntrica dos Direitos Humanos e mostrando a necessidade urgente de abrir-se para o diálogo intercultural emancipador dos povos periféricos, no sistema-mundo capitalista. Numa visão contra-hegemônica, a luta em defesa dos Direitos Humanos, na América Latina e no Caribe tem necessariamente um compromisso intrínseco com uma cultura descolonizadora.

Palavras-chave: Economia Política dos Sistemas-Mundo. Direitos Humanos.

 

Resumen: Se trata de una propuesta de análisis de la coyuntura histórica de la creación de la ONU y la Declaración Universal de los Derechos Humanos, utilizando el referencial de la Economía Política de los Sistemas-Mundo, sobretodo las contribuciones de Giovanni Arrighi y Immanuel Wallerstein. Este enfoque, al buscar un examen más global del fenómeno histórico, alcanza las relaciones y interrelaciones más complejas, exponiendo, por ejemplo, como ambas las concepciones antenderan a los interesés de la hegemonía estadounidense que fueron los administradores de aquel proceso. El caos, después de la Segunda Guerra Mundial, creó condiciones para que los EUA coordinasen la reformulación del sistema interestatal, una vez consiguieron - por el desgaste político europeo en general y el británico en particular - colocar como se sus intereses propios representasen el interés mundial. Desde entonces el concepto de democracia estadounidense y la Declaración de los Derechos Humanos pasarán a ser argumentos para intervenciones. La institucionalización de la ONU y de la DUDH generó una restricción de los derechos y poderes de las naciones organizaren soberanamiente relaciones con otros Estados y con sus propios ciudadanos. Organizaciones como el FMI y el Banco Mundial, también creadas en esta coyuntura, fueron otros instrumentos al servicio de la hegemonia de los EUA. A partir de la conciencia más profunda deste cuadro históricoA partir de la consciencia más profunda de este cuadro histórico, surgen teorías críticas, buscando superar la visión eurocéntrica de los Derechos Humanos y presentando la necesidad urgente de se abrir para el diálogo intercultural emancipador de los pueblos perifericos, en el sistema-mundo capitalista. 

En una visión contrahegemónica, la lucha en defensa de los Derechos Humanos, en Latinoamérica y en el Caribe tiene necesariamente un compromiso intrínseco con una cultura descolonizadora.

Palabras clave: Economía Política de los Sistemas-Mundo. Derechos Humanos.

 

Abstract: This paper proposes an analysis on the historic conjecture of the creation of United Nations and the Universal Declaration of Humans Rights, using the point of view of World-System Political Economy, specially the contributions of Giovanni Arrighi and Immanuel Wallerstein. This approach, when looking for a global examination of the historic phenomenon, reaches the more complex relations and interactions, exposing, for example, how both the conceptions attended to the interest of the United States Hegemony, which were administrated during that process. The chaos of the post Second World War, created the conditions which allowed the USA to coordinate the reformulation of the interstates system, since they were able to – due to the European and especially British, political wear – position their self interests as the World main focus. Since then the idea of United States democracy and the Universal Declaration of Human Rights became the main argument for interventions. United Nations’ and the Universal Declaration of Human Rights institutionalization generated a series of restriction on the rights and powers of the nations to organize sovereignly the relations with other Estates and with their own citizens. Organizations such as the IMF and the World Bank, which were also created during this conjecture, were another instrument in service of the USA hegemony. Starting from the deeper understanding of this historical picture, critic theories were born, trying to surpass the Eurocentric vision of the Human Rights and showing the urgente need of starting the emancipator interculture dialogue of the peripheric people, in the capitalist World System. In a counter-hegemonic view, the fight in defense of the Human Rights in Latin America and Caribbean have an intrinsic compromise with a decolonizing culture.

Key words: Political Economy of the World-System. Human Rights.


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