A violação de direitos humanos na cobertura midiática dispensada a migrantes e refugiados nas costas do Mediterrâneo

Rita de Cássia da Cruz Silva, Régis Minvielle

Resumo


Resumo: Diversos novos fluxos migratórios têm se configurado ao redor do globo terrestre, motivados, sobretudo, por condições desumanas de vida, crises ambientais e econômicas, fome e pobreza arraigadas, conflitos e discriminações dos mais variados tipos. O volume de migrações internacionais é grande a ponto de se falar em “crise humanitária”. No entanto, o deslocamento humano sempre esteve no centro da história da humanidade. A novidade é – então – menos o aspecto quantitativo da migração e mais a diversidade das categorias de migrantes: econômicos, expatriados, refugiados, requerentes de asilo indocumentados, trabalhadores transfronteiriços, trabalhadores sazonais, binacionais etc. Muda também a maneira como os países “anfitriões” reagem e atuam em resposta a diversidade desses fluxos em seus territórios. A real “crise humanitária” está muito mais relacionada em como essas populações têm sido tratadas do que em números referentes ao fenômeno de deslocamento. Neste artigo, analisamos como a proliferação de discursos – sobretudo os midiáticos –, marcados pelo senso comum, informações distorcidas e até mesmo pelo preconceito e pela xenofobia, acabam por construir uma imagem coletiva do migrante e do refugiado, a ponto de moldar o comportamento da sociedade em relação ao seu acolhimento e à efetivação de seus direitos essenciais. 

 

Palavras-chave: Migrantes. Refugiados. Direitos Humanos. Mídia. Jornalismo.

 

Resumen: Diversos nuevos flujos migratorios se configuran alrededor del globo terrestre, motivados por condiciones deshumanas de vida, crisis ambientales y económicas, hambre y pobreza, conflictos y discriminaciones de los más variados tipos. Es posible, por ejemplo, hablar en “crisis humanitaria” por cuenta del gran volumen de migraciones internacionales. Sin embargo, el desplazamiento humano siempre estuvo en el centro de la historia de la humanidad. La novedad no está en el aspecto cuantitativo de la migración, pero en la diversidad de las categorías de migrantes: económicos, expatriados, refugiados, requirentes de asilo sin documentos, trabajadores transfronterizos, trabajadores temporales, binacionales etc. La manera como los países “anfitriones” reaccionan y actúan en respuesta a la diversidad de esos flujos en sus territorios también cambió. La real “crisis humanitaria” está mucho más relacionada al tratamiento ofrecido a esas populaciones que a los números referentes al fenómeno de desplazamiento. En este artigo, analizamos cómo la proliferación de discursos – sobre todo de los medios de comunicación –, marcados por el senso común, informaciones influenciadas por el prejuicio y por la xenofobia, acaban por destruir un imagen colectiva del migrante y del refugiado, a punto de moldar el comportamiento de la sociedad en relación a la recepción de los migrantes y la efectuación de sus derechos esenciales.    

  

Palabras clave: Migrantes. Refugiados. Derechos humanos Medios de comunicación, Periodismo.

 

Abstract: Several new migratory flows have been formed around the globe, mainly motivated by inhuman conditions of life, environmental and economic crises, deep-seated hunger and poverty, conflicts and discrimination of the most varied types. The volume of international migration is so large that we know may consider it a “humanitarian crisis”. However, human displacement has always been at the center of human history. The novelty is not the quantitative aspect of migration, but the diversity of migrants categories: economic, expatriate, refugees, undocumented asylum seekers, cross-border workers, seasonal workers, binational, etc. It also changes the way host countries react and act in response to the diversity of these flows in their territories. This “humanitarian crisis” is much more related to how these populations have been treated than to the numbers concerning the displacement phenomenon. In this article, we analyze how the proliferation of discourses - especially the mediatic ones - marked by common sense, distorted information and even by prejudice and xenophobia, end up by constructing a collective image of the migrant and the refugee, to the point of shaping the behavior of the society in relation to their reception and to the fulfillment of their essential rights.

 

Keywords: Migrants. Refugees. Human rights. Media. Journalism.


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