Culturas juvenis em uma escola pública de São Paulo

Maíra Soares Ferreira

Resumo


Este artigo é resultado de uma pesquisa e intervenção realizada em uma sala de aula com alunos da 7ª série de uma escola pública de São Paulo (2007-2009). Esses jovens, amantes do ritmo e da poesia, são descendentes de famílias afro-brasileiras e indígenas Pankararu, oriundas do sertão de Pernambuco, que se alojaram em São Paulo. Observou-se que, apesar de sua história ser conhecida, essa comunidade não se revelou integrada à cultura escolar, e a tendência do corpo discente parecia ser a de negar a herança afro-indígena nordestina. Nesse sentido, o objetivo do trabalho foi investigar e propiciar, pela via poético-musical dos jovens, formas de interlocução com esse passado recente. Assim, a partir de uma pesquisa “etnográfica” rumo ao sertão nordestino, deparamo-nos com as mais ricas produções de poesia popular, as quais forneceram material para algumas intervenções em sala de aula. O trabalho em classe, que contou com a participação de alunos e professores, realizou-se em torno das manifestações do “Cor-del, RAP e Repente”. Tal processo de mistura cultural, convertido em algo próprio, foi uma maneira dos grupos so-ciais discriminados pela sociedade brasileira responderem às exigências de subjetivação e afirmação étnico-social.


Texto completo:

PDF


 

Av. Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 14-01 • Departamento de Design • Vargem Limpa • CEP 17.033-360 • Bauru/SP • Telefone: (14) 3103-6000 ramal 4673 • E-mail: revistafaac@faac.unesp.br