Direitos indígenas e o marco temporal: a demarcação do território Terena de Limão Verde (MS)

Antonio Hilario Aguilera Urquiza, Anderson de Souza Santos

Resumo


Resumo: O presente artigo tem por finalidade analisar o caso da Terra Indígena Limão Verde, do povo Terena, localizada no município de Aquidauana Mato Grasso do Sul Esta comunidade possui uma trajetória de luta pela demarcação de sua terra, ímpar; sendo a primeira e única terra indígena Terena do Estado a conquistar o Decreto presidencial de homologação, em 2003. No entanto, após essa vitória, a comunidade sofreu um processo judicial no mesmo ano, o qual se encontra hoje, no STF, materializado no Agravo Regimental 803.462, que foi dado provimento pela segunda turma da Suprema Corte, relatada pelo então Ministro Teori Zavasck. Ocorre que, com o advento do julgamento do caso Raposa Serra do Sol (PET. 3388), o STF criou 17 condicionantes para concluir a demarcação da Terra Indígena mencionada, todavia, a tese do marco temporal passou a ser aplicada em diversos outros casos, como o aqui analisado. Surge ainda, o chamado renitente esbulho que deve ser comprovado pelos indígenas para superar a tese do marco temporal. Tais conceitos fundam a decisão da segunda turma que anulou o Decreto presidencial de homologação da Terra Indígena em 2003. Assim, o estudo buscará compreender essa decisão e a analisará de acordo com a doutrina, legislação e jurisprudências do próprio Supremo Tribunal Federal, indicando ao fim, sua legitimidade ou não. Trata-se de pesquisa de caráter dogmático com enfoque em valores através do método indutivo, através de bibliografias, legislações e jurisprudência.

Palavras-chave: Direito indígena. Demarcação. Supremo Tribunal Federal. Marco temporal.

  

Resumen: El presente artículo tiene por finalidad analizar el caso de la Tierra Indígena Limão Verde, del pueblo Terena, localizada en el municipio de Aquidauana / Mato Grosso do Sul (MS). Esta comunidad posee una trayectoria de lucha por la demarcación de su tierra; impar, siendo la primera y única tierra indígena Terena del Estado a conquistar el Decreto presidencial de homologación, en 2003. Entre tanto, tras de esa vitoria, la comunidad sofrió un proceso judicial en el mismo año, el cual se encuentra hoy, en el STF, materializado en el Agravo Regimental 803.462, que fue dado provimiento por la segunda turma de la Suprema Corte, relatada por el entonces Ministro Teori Zavasck. Ocurre que, con el adviento del juzgamiento del caso Raposa Serra do Sol (PET. 3388), el STF crio 17 condicionantes para concluir la demarcación de la Tierra Indígena mencionada, todavía, la tese del marco temporal paso a ser aplicada en diversos otros casos, como el aquí analizado. Surge todavía, el llamado renitente esbulho que debe ser comprobado por los indígenas para superar la tese del marco temporal. Tales conceptos fundan la decisión de la segunda turma que anuló el Decreto presidencial de homologación de la Tierra Indígena en 2003. Así, el estudio buscará comprender esa decisión y va analizar de acuerdo con la doctrina, legislación y jurisprudencias del propio Supremo Tribunal Federal, indicando al fin, su legitimidad o no. Se trata de pesquisa de carácter dogmático con enfoque en valores a través del método inductivo, a través de bibliografías, legislaciones y jurisprudencia.

Palabras clave: Derecho indígena. Demarcación. Supremo Tribunal Federal. Marco Temporal.

 

Abstract: The purpose of this article is to analyze the case of the Terena people of the Limão Verde Indigenous Land, located in the municipality of Aquidauana / Mato Grosso do Sul (MS). This community has a trajectory of struggle for the demarcation of its unique land; being the first and only Terena indigenous land of the state to win the Presidential Decree of Approval in 2003. However, after this victory, the community suffered a lawsuit in the The same year, which is today in the Supreme Court, materialized in the Interlocutory Appeal 803,462, which was granted by the second class of the Supreme Court, reported by then Minister Teori Zavasck. It turns out that with the advent of the Raposa Serra do Sol case (PET. 3388), the STF created 17 conditions to complete the demarcation of the aforementioned Indigenous Land, however, the timeframe thesis has been applied in several other cases, as the one here analyzed. There is also the so-called stubborn dregs that must be proven by the indigenous to overcome the thesis of the timeframe. Such concepts underlie the decision of the second class that annulled the Presidential Decree of homologation of the Indigenous Land in 2003. Thus, the study will seek to understand this decision and analyze it according to the doctrine, legislation and jurisprudence of the Supreme Court itself, indicating at the end, its legitimacy or not. This is a dogmatic research focused on values through the inductive method, through bibliographies, legislations and jurisprudence.

Keywords: Indigenous law. Demarcation. Federal Court of Justice. Timeframe.


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