A recusa dos direitos humanos como manifestação de ressentimento e autoritarismo

Jéssica Raquel Rodeguero Stefanuto, Sinésio Ferraz Bueno

Resumo


Resumo: A discussão apresentada aqui tem o objetivo de atualizar a análise sobre o ressentimento contra a civilização. Encontrando condições bastante propícias na contemporaneidade, quando formas autoritárias de vida ganham espaço e aceitação, essa constelação afetiva precisa ser considerada nas discussões acerca dos Direitos Humanos, pois indica que violências e sofrimentos estão internalizados a ponto de os sujeitos – aparentemente de modo deliberado e não sem alguma cumplicidade – atuarem contra si mesmos e desejarem romper com os marcos civilizatórios que, afinal, caracterizariam a Modernidade. Para desenvolver essa reflexão, retoma-se o diagnóstico apontado por Adorno e Horkheimer, autores da primeira geração da Teoria Crítica da Sociedade, aprofundando a análise sobre a dimensão do ressentimento relacionada à personalidade autoritária. A categoria afetiva do ressentimento, manifestada contra os aspectos que podem ser sintetizados no ideário do projeto iluminista e sendo engendrada nas condições sociais e culturais, será a chave de interpretação do fenômeno de recusa de direitos básicos que visariam garantir uma vida digna para toda e qualquer pessoa. Espera-se contribuir com a atualização das reflexões dos teóricos críticos e com uma maior contextualização dessa problemática na América Latina, defendendo, por fim, que o conhecimento acerca dessa recusa é necessário à instrumentalização da educação em direitos humanos cuja tarefa consiste, cada vez mais, em evitar um desastre maior.

Palavras-chave: Resentimiento. Formación humana. Derechos humanos. Personalidad autoritaria.

 

Resumen: La discusión presentada aquí tiene como objetivo actualizar el análisis sobre el resentimiento contra la civilización. Al encontrar condiciones muy favorables en los tiempos contemporáneos, cuando las formas autoritarias de vida ganan espacio y aceptación, esta constelación afectiva debe ser considerada en las discusiones sobre los Derechos Humanos, ya que indica que la violencia y el sufrimiento se internalizan hasta el punto de uno – aparentemente deliberadamente y no sin ninguna complicidad –  actuar contra si mismo y desear romper con las marcas civilizadoras que, después de todo, caracterizarían la Modernidad. Para desarrollar esta reflexión, se reanuda el diagnóstico señalado por Adorno y Horkheimer, autores de la primera generación de la Teoría Crítica de la Sociedad, profundizando el análisis en la dimensión del resentimiento relacionado con la personalidad autoritaria. La categoría afectiva del resentimiento, manifestada contra los aspectos que pueden sintetizarse en el ideal del proyecto de la Ilustración y entendida en condiciones sociales y culturales, será la clave para la interpretación del fenómeno del rechazo de los derechos básicos que apuntaría a garantizar una vida digna para todos y cualquiera. Se espera contribuir a la actualización de las reflexiones de los teóricos críticos y a una mayor contextualización de este problema en Latinoamérica, argumentando, finalmente, que el conocimiento sobre este rechazo es necesario para la instrumentalización de la educación en derechos humanos, cuya tarea consiste cada vez más en evitar un desastre más grande.

Palabras clave: Resentimiento. Formación humana. Derechos humanos. Personalidad autoritaria.

 

Abstract: The discussion aims to update the analysis on resentment against civilization. This affective constellation finds very favorable conditions in contemporary times, when authoritarianism gain space and acceptance. It needs to be considered in discussions about Human Rights, as it indicates that violence and suffering are internalized to the point that the subjects - apparently deliberately and not without some complicity - act against themselves and wish to break with the civilizing frameworks that, after all, characterize Modernity. To develop this reflection, the diagnosis pointed out by Adorno and Horkheimer, authors of the first generation of the Critical Theory of Society, is resumed, deepening the analysis on the dimension of resentment related to the authoritarian personality. The affective resentment category, manifested against the aspects that can be synthesized in the ideal of the Enlightenment project as engendered in social and cultural conditions, will be the key to the interpretation of the refusal of basic rights that would aim to guarantee a dignified life for all and anyone. It is hoped contribute to updating the reflections of critical theorists and to a contextualization of this problem in Latin America, arguing, finally, that knowledge about this refusal is necessary for the instrumentalization of human rights education, whose task increasingly consists to avoid a major disaster.

Keywords: Resentment. Formation. Human rights. Authoritarian personality.


Texto completo:

PDF


Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos
Av. Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 14-01 • Sala 69 • Vargem Limpa
CEP 17.033-360 • Bauru/SP • Telefone: (14) 3103-6064 • E-mail: oedhunespbauru@gmail.com